quinta-feira, 18 de novembro de 2010

forças -







"Por dias e noites me deixei imergir nas profundezas da autopiedade, da incerteza, da incredulidade. Me vesti de preto e presenciei o velório dos meus sonhos, daquelas vontades que me faziam querer viver. E dessa forma fui me entregando a esse força oculta repleta de pessimismo, angústia e medo. Fui me rendendo, de modo que perdi a reflexão da minha felicidade. Numa sucessão de caos e turbulência, tudo foi apenas se agravando. Sem forças foram esvaecendo todas as esperanças... E é exatamente nesse momento que mostramos a verdadeira força interior que possuímos, fases pelo qual apenas a fé, a perseverança e o amor fazem com que se possa sair de tal depressão. 
Os dias passavam sem razão, e as horas do relógio avisavam o ciclo da rotina, nada fazia mais sentido, ceguei-me para o belo, pois tudo se desfez em cinza.


Em algum dia, algum momento daqueles dias incontáveis, vi um pássaro pela janela, que habitualmente pousava numa árvore qualquer. De modo instintivo, parei para observá-lo. Percebi que estava construindo seu ninho, pondo galho por galho, minuciosamente, postos ordenadamente. Comecei a admirar aquela arte de colocar aos poucos pequenos galhos, através de sucessivas viagens. Me vi frente a algo que estava me faltando, exatamente aquilo que aquele singelo pássaro tinha, ainda que instintivamente. 


Alforriada de minhas próprias fraquezas, estou reabilitada da enfermidade do desânimo.


Que não sejam apenas flores que preencham nossas vidas, mas que sejamos capazes de suportar os espinhos."

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